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Can you keep a secret??

Can you keep a secret??: março 2019

Can you keep a secret??

Blog da jornalista, coordenadora e voluntaria ERIKA YAMAUTI. Em pauta, livros, filmes, impressoes, relatos e reflexoes leves sobre a vida, com muita energia positiva!!

quarta-feira, março 06, 2019

Quanto tempo nos resta?


Estive esses dias em uma festinha de família, com muitos, muitos nenês lindos! A alegria de ter crianças em casa é maravilhosa, uma energia tão boa, tão gostosa, qualquer festa fica melhor com crianças correndo, pulando e fazendo bagunça! Vejo minhas amigas e amigos com filhinhos e fico super feliz por eles. Se tem algo que eu não consegui realizar na minha vida, infelizmente, foi ter filhos.

Tive oportunidades, mas sempre achava que não era a hora, não era o momento. E o tempo foi passando. Estava em relacionamento ruim, e pensava, "putz, não posso ter filho com esse cara". Então tomava injeção de anticoncepcional super forte, tinha neura de engravidar. Se estava solteira, pensava: "como posso ter filhos sem um pai"?

Lembro de um cara que eu saía, que falava um português muito, muito errado (hahahahaha) e eu realmente não consegui levar o relacionamento em frente, porque não aguentava as falhas de concordância verbal e nominal e a falta de conexão intelectual. Eu sei, é até futil pensar assim, e não era pra ser, mas ele queria casar e ter filhos. Então, eu desconfiei um dia de um descuido, tive um feeling... e...tomei pilula do dia seguinte correndo. Se acontecesse isso hoje comigo, se eu estivesse de novo naquele dia, naquele momento, com a cabeça que tenho hoje, acho que não teria tomado.

Poxa, eu teria todo apoio da minha família, todas as condições de criar um filho sozinha, mesmo que não tivesse apoio do pai. Eu me machuquei e me afligi muito com um monte de crenças autolimitantes e padrões autoimpostos do que deve ou não ser uma maternidade, e acabei sem ter filhos, algo que eu queria muito na minha vida, e que agora, refletindo muito, achei melhor desistir...

Recentemente, achei mesmo que fosse largar um pouco o trabalho, e abraçar o sonho de mudar minha vida, casar, ter filhos. Sonhei muito, sonhei alto...e acabou que no final, o relacionamento terminou e com ele, foi embora aquela certeza que eu tinha, que daria certo. Na época, fui fazer as consultas para tratamento médico, tomei remédios caros, e meu caso já estava meio complicado, precisaria fazer fertilização in vitro, um processo doloroso, traumático, que te coloca um monte de remédios e hormônios no organismo e tira você do seu estado normal.

Lógico que a AMP (atitude mental positiva) contribuiria, mas na verdade, o que pesa mesmo nesse processo é a biologia, e é simplesmente natural que uma mulher de mais de 40 anos tenha menos fertilidade que aos 30 anos. O meu namorado atual é um amor, um homem maravilhoso, mas ele não tem vontade de ter mais filhos. E depois do tapa de realidade que eu tive ano passado, percebi que não tenho mais dentro de mim o feeling de "certeza" de que esse tratamento, super caro e doloroso, daria certo. Então resolvi deixar pra lá, viver minha vida com felicidade, da maneira como ela vem pra mim.

Se você é uma mulher e está lendo esse texto, pense se você quer ter filhos (se não quiser, é super normal, não se preocupe). Se quiser ter babies seus, tente fazer isso por volta dos 30 anos, ou então, deixe seus óvulos congelados antes dos 35 anos. Dessa maneira, pelo menos, você pode tomar a decisão mais tarde. Mas não faça como eu, que fui deixando o tempo passar, e quando vi, já não me restava tanto tempo...a gente nunca sabe o quanto de tempo nos resta. Aproveite bem o seu tempo! Bjs!

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sábado, março 02, 2019

Média desponderada

Resultado de imagem para bateria acabando

Nessa semana, o Seinen Bunkyo comemorou 22 anos, e pra mim, é uma honra verdadeira, pois foi no SB que aprendi muita coisa que pratico ainda hoje, diariamente. Se eu sou uma pessoa melhor, foi por causa de tudo que aprendi no Seinen. Tenho um coração generoso, inteligência emocional super acima da média, liderança inspiradora e sou de fato, a melhor Erika Yamauti que posso ser todos os dias.

Pessoalmente, me considero uma pessoa sempre positiva, mas tem dias que são mais dificeis. Ontem fiz a besteira de ler comentários na internet sobre a morte do netinho do Lula. E isso realmente estragou o finzinho do meu dia, ali o restinho da minha energia foi toda drenada, me senti no fundo de um poço cheio de ódio, injustiça e desumanidade.

Fui pra aula de shamisen com um desconforto, uma vontade de vomitar, de fugir do Brasil e nunca mais voltar pra cá. Como podem seres humanos, viventes e pensantes, dispararem palavras de ódio por ocasião da tragédia que é a morte de uma criança de 7 aninhos? Dizerem que é castigo de Deus? Que a família está tendo o que merece? Que um avô não tem o direito de se despedir de um netinho? É para essas pessoas que a gente trabalha tanto, tentando levar uma coisa boa da cultura japonesa?

Eu sei que o que a gente foca, amplificamos. E que não deveria me focar nessa parte do mal, da perfídia, da calamidade e da loucura cega do ódio. Mas é algo que me preocupa. De que adianta ser ponderada, ser justa, ser correta e honesta, num país que caminha a passos largos para a barbárie? Será que existe esperança para o Brasil? Muitos dias, me questiono isso. Muitos dias, sinto vontade de desistir e ir embora.

O ódio e a violência gratuita nesse país me assustam muito, pois vejo piora a cada dia. Com as mídias sociais e esse governo desgovernado, os imbecis parecem ter recebido permissão para colocar suas opiniões horríveis no mundo. Sou a favor da liberdade de discurso, mas o que preocupa é que essa imbecilidade tem reverberado, e encontrado mais aliados a cada dia. Eu sei que é falta de educação básica. Eu sei que as pessoas que não são felizes se concentram no ódio. Eu sei que existe esperança. Mas tem dias que são mais dificeis. Como hoje. Nota mental: Erika, nunca mais leia comentários da Internet, por favor. Bjs.

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